sexta-feira, 22 de junho de 2012

OS INTELECTUAIS E O PODER: HISTÓRIA, DIVISIONISMO E IDENTIDADE EM MATO GROSSO DO SUL - CARLOS MAGNO MIERES AMARILHA

Esta pesquisa analisa as construções culturais sul-mato-grossenses realizadas pelos sócios do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul (IHG-MS) e da Academia Sul- Mato-Grossense de Letras (ASL). Faço uma ponderação sobre a criação de identidades mato-grossenses e sul-mato-grossenses nos períodos de 1918 a 1922 (Cuiabá), 1932 a 1934 (Campo Grande) e 1943 a 1946 (Ponta Porã). Estudo a relação desses intelectuais com o poder constituído. Observo a construção narrativa do “movimento divisionista”, divulgado pela Liga Sul-Mato-Grossense (LSM) nos anos trinta do século XX, e dos discursos históricos publicados depois da efetivação do estado de Mato Grosso do Sul, por meio do governo militar, em 1977, difundidos pelos homens de letras, com a intenção de criar uma identidade sul-mato-grossense. Igualmente estudo a construção cultural dos hinos de MT e de MS, bem como o epônimo e o gentílico de Mato Grosso do Sul, escolhidos pelos Homens de Letras.
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O “SEGUNDO ELDORADO” BRASILEIRO - Navegação fluvial e sociedade no território do ouro. De Araritaguaba a Cuiabá (1719-1838) - MARCOS LOURENÇO DE AMORIM

Esse trabalho trata do intenso movimento migratório ocorrido entre Araritaguaba e Cuiabá, através de expedições fluviais. Este movimento, conhecido como monções do sul, ou monções paulistas, decorreu das descobertas auríferas do rio Cuiabá, na primeira década do século XVIII pelo sertanista Pascoal Moreira Cabral. As monções são entendidas como uma continuação das bandeiras paulistas dos séculos XVI e XVII que avançaram nos caminhos do interior da América portuguesa e permitiram o reconhecimento dos sertões mineiros traçando a rota que levou à descoberta do ouro das Gerais, na última década do século XVII, e, em 1719, aos achados do Coxipó-mirim trazendo a lume o segundo Eldorado brasileiro. Discute a trajetória de luta pela conquista do espaço físico brasileiro e sobre o papel das expedições fluviais do século XVIII, vislumbrando as lutas sociais travadas no passado colonial dando início para a trajetória de construção do Brasil.
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A MULTIFACE DA EMPRESA MATE LARANJEIRA - Jovam Vilela da Silva

Os ervais sul mato-grossenses são nativos e abrangem uma extensa área. A área na qual inicialmente se instalou a Empresa Mate Laranjeira foi entre as cabeceiras dos rios Brilhante e Dourados. Além desses dois rios, estendiam-se os ervais pelos contornos e franjas do rio Sete Voltas, Ivinheima, Paraná até a serra de Maracajú e pela crista desta a da serra de Amambai, indo mais além e entrando pelo território vizinho do Paraguai. Estes mesmos ervais ocupavam ainda os Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (mapa: Região dos Ervais). No final do século XIX e primeira metade do século XX, a indústria de beneficiamento foi tão remuneradora que a Empresa Mate Laranjeira surgiu e disputou a hegemonia deste negócio com o Estado do Paraná e com o Rio Grande do Sul. 

O empreendimento foi idealizado e colocado em execução por Tomás Laranjeira e pelo colaborador e sócio Dr. Francisco Mendes Gonçalves. Dr. Francisco nasceu na ilha da Madeira em 18.06.1846, na aldeia de Campanário, nome este que mais tarde seria dado à sede do empreendimento dos negócios do Mate. Foi filho de um médico de numerosa prole, que diversas vezes viera ao Brasil, onde tinha parentes, exercendo a sua profissão a bordo. Ao morrer o pai, seu filho mais velho, Ricardo, então comerciante no Rio de Janeiro, mandou buscar, para o Brasil, toda a família.
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terça-feira, 19 de junho de 2012

Os Kaiowá e Guarani em tempos da Cia Matte Larangeira: negociações e conflitos. - Antônio Brand - Eva Mª L. Ferreira - Fernando Augusto Azambuza de Almeida

As concessões feitas à Companhia Matte Larangeira atingem em cheio o território dos Kaiowá e Guarani. Embora a mão-de-obra amplamente predominante nos ervais tenha sido a paraguaia, ocorreu, em várias regiões, o significativo engajamento de índios Kaiowá e Guarani na exploração da erva mate, em especial nos trabalhos relacionados à colheita e ao preparo da erva mate, como têm sido abundantemente comentado pelos diversos informantes indígenas. Nicásio Vasques, índio kaiowá, de Laguna Caarapã, relata bem como se dava o trabalho nos ervais.
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Métodos, teorias e fontes no estudo dos colonos-ervateiros do antigo sul de Mato Grosso (1945-1970) - José Antonio Fernandes


Desde o fim do século XIX a erva-mate foi assumindo papel preponderante como produto chave da história econômica do antigo sul do estado de Mato Grosso, quando Tomás Laranjeira consegue um arrendamento de terras e inicia a exploração de imensos ervais nativos existentes na região onde surgiria a povoação de Ponta Porã 2. Sua produção de erva-mate semipreparada (cancheada) seguia para Argentina, principal mercado consumidor, onde possuía escritório e beneficiadora para o produto. Utilizava milhares de trabalhadores (majoritariamente paraguaios), mantidos em condições de trabalho subumanas. Realizou grandes investimentos e adquiriu grande poder e prestígio, chegando a ser o maior contribuinte da Fazenda Estadual no início do século XX 3, tendo por esse motivo, a presença e atividades dessa grande empresa realçada, possuindo o domínio quase exclusivo sobre a produção e exportação da erva-mate na região.
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Área de concessão de ervais no antigo Sul de Mato Grosso para a Companhia Mate Laranjeira

Mapa demonstrando a área de concessão para a CML, conforme Decretos 8799 de 1882; 520 de 1890; 26 de 1892 e 103 de 1895.
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A MORTE NOS ERVAIS DE SELVA TRÁGICA, DE HERNÂNI DONATO - Jérri Roberto Marin

O artigo analisa a morte e atitudes diante dela na obra Selva Trágica, de Hernâni Donato. A morte e os ritos funerários não eram uma cerimônia pública, não seguiam nenhum protocolo e nem tinham caráter dramático ou gestos de emoção excessivos. A morte representava uma ruptura, ao libertar o homem do mundo irracional, violento e cruel. Por ser frequente e sua presença sempre iminente, não era apavorante nem obsessiva. Era familiar, o destino de todos os homens, apesar de não ser desejável morrer nos ervais.
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terça-feira, 5 de junho de 2012

PENETRANDO DOMÍNIOS DA MATTE LARANGEIRA: PRODUTORES INDEPENDENTES E FRENTES PIONEIRAS -ALBANEZ, Jocimar Lomba e JESUS, Laércio Cardoso de

Entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX, a região ervateira do antigo sul de Mato Grosso foi um espaço de grandes interesses entre a Companhia Matte Larangeira e os pequenos produtores de erva-mate, considerados como posseiros. A partir da criação da Lei 725 de 1915,1 muitos produtores tiveram possibilidades de adquirirem os títulos provisórios e definitivos da terra para a extração da erva-mate, promovendo concorrência à referida empresa. A lei de 1915 provocou reações adversas principalmente no que se referia aos interesses da Cia. 

É importante observar que quando se trata da economia ervateira no antigo Sul de Mato Grosso (SMT),2 a historiografia mato-grossense e sul-mato-grossense tende a enfatizar a atuação e a presença da Companhia Matte Larangeira.3 Essa empresa, cuja origem remonta à iniciativa de Thomaz Larangeira, que entre as décadas de 1870 e 1880, exerceu um papel virtualmente monopolista na economia ervateira sul-mato grossense. Mas, é certo que muitos autores apontam a presença de produtores independentes nessa economia, entendidos como posseiros.
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http://www.4shared.com/office/hrYMBa0W/PENETRANDO_DOMNIOS_DA_MATTE_LA.html

TERRAS DEVOLUTAS DE ÁREAS ERVATEIRAS DO SUL DE MATO GROSSO: A DIFÍCIL CONSTITUIÇÃO DA PEQUENA PROPRIEDADE (1916 – 1948) - JOSÉ ROBERTO RODRIGUES DE OLIVEIRA


As terras ervateiras do sul de Mato Grosso foram exploradas sob o signo do grande domínio, principalmente pela Companhia Matte Larangeira. Nesse sentido, o presente trabalho buscou resgatar os diversos mecanismos praticados, legais ou não, com vistas a manter o domínio por quase 60 anos de boa parte do atual território do Mato Grosso do Sul.
O estudo das leis, decretos, resoluções e bibliografias existentes sobre a posse e ocupação das terras do sul de Mato Grosso permitiu construir um quadro parcial, porém significativo, desse processo.
O trabalho discute que a exploração das terras ervateiras ocorreu com a presença da Companhia Matte Larangeira, beneficiada com concessões de arrendamentos, os quais geraram disputas e questionamentos. Dessa forma, os debates e discussões como “A Questão do Matte”, de 1912, a “Caetanada”, de 1915/1916, dentre outros, são retratos dos conflitos entre setores das elites mato-grossenses.
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