terça-feira, 2 de outubro de 2012

Caminhos e Fronteiras - vias de transporte no extremo oeste do Brasil - Paulo Roberto Cimó Queiroz


Definições usuais, contidas em compêndios clássicos sobre política de transportes, costumam associar os caminhos, em primeiro lugar, à produção e ao consumo, considerados “as bases fundamentais e essenciais da vida econômica” de uma sociedade (Gordilho, 1956, p. 17). Nessa perspectiva, enfatiza-se que, à medida que uma sociedade se torna mais complexa, tende a ocorrer uma separação espacial entre os centros de produção e os de consumo, de modo que as vias e meios de transporte passam a desempenhar “um papel de natureza vital na economia”, constituindo “os meios indispensáveis à circulação da riqueza” (Fonseca, 1955, p. 16).
Tudo isso é verdadeiro, por certo. Contudo, há que se evitar a tendência, até certo ponto implícita em tais definições, a se considerar as vias e meios de transporte de um ponto de vista puramente “técnico”, isto é, como “elementos que estabelecem ligações entre distintos espaços” – como se a necessidade das ligações fosse algo dado quase “naturalmente”. De fato, em se tratando de sociedades humanas, as necessidades, bem como os meios destinados a satisfazê-las, são sempre sociais, isto é, são mediadas e definidas pelos variados interesses, em geral divergentes, presentes em uma determinada sociedade, de tal modo que a dimensão técnica dos meios é apenas uma entre várias outras.
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CAARAPÓ - MS – UMA REFLEXÃO PRELIMINAR SOBRE A FRENTE DE EXPANSÃO - 1880-1950 - Roni Mayer Lomba e Júlio César Suzuki


A discussão a respeito da frente de expansão no Sul do antigo Estado de Mato Grosso (lugar onde se assenta a cidade de Caarapó) é importante para conhecermos os cernes que explicam as formas de ocupação no atual município de Caarapó e as relações engendradas. Para explicar essas formas de ocupação, nos embasamos em Martins (1989 e 1997), que aponta a frente de expansão a formas pelos quais não se predomina a propriedade privada da terra. Refere-se especialmente a formas de ocupação de caráter “espontâneo”. Nela nos ocupamos em registrar os assentamento dos indígenas, da expansão da pecuária dentro de uma economia de excedentes. No Sul do Antigo Mato Grosso também se registrou no final do século XIX o assentamento da exploração dos ervais nativos e a formação do maior complexo privado da época, a expansão das ações da Cia Matte Larangeira.
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Armamento da Guerra do Paraguai - Adler Homero Fonseca de Castro

No Brasil o campo da história militar tradicional tem, desde suas origens, se preocupado quase que exclusivamente com os aspectos “técnicos” da guerra – estra-tégia, batalhas e líderes. Isso é uma visão limitada e, mais importante, afasta um pou-co o interesse da maior parte dos leitores com relação aos conflitos, já que esses as-pectos técnicos interessam mais aos profissionais do ramo que, em tese, poderiam se beneficiar desse estudo – os militares. Mas as guerras ou, mesmo em tempo de paz, a preparação para a guerra ou defesa nacional, por seu efeito global, é de extrema im-portância para se entender as próprias sociedades onde ocorrem os eventos, de forma que hoje em dia se dá cada vez mais atenção ao estudo do modo como os grupos soci-ais interagem com as forças armadas ao longo dos anos.
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APONTAMENTOS PARA UMA LEITURA DA PRESENÇA MILITAR - BRUNO TORQUATO SILVA FERREIRA


A presente dissertação se propõe a discutir aspectos da evolução institucional pela qualpassou o Exército brasileiro entre as décadas finais do século XIX e as iniciais do séculoXX, no antigo território mato-grossense. Para tanto, foram utilizados e analisados documentos produzidos pelas burocracias provincial e estadual do antigo Mato Grosso, pela burocracia do Exército, jornais de época e registros memorialistas. Este trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro diz respeito à delimitação conjuntural das mudanças vividas pelo Exército desde a sua fundação até as décadas iniciais do século XX. O segundo contém uma análise acerca dos desdobramentos daquelas transformações nas guarnições federais acantonadas em Mato Grosso. Finalmente, no terceiro e último capítulo, há indicações a respeito do cotidiano dos praças que serviram arregimentados nos corpos mato-grossenses.
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A tomada do trem - A greve de 1914 dos ferroviários da Noroeste - Guilherme Grandi e Diego Francisco de Carvalho


Qual a importância de um movimento grevista para a pesquisa histórica? Faz sentido ao historiador de orientação não marxista investigar as razões históricas de uma greve de trabalhadores? Por que, de modo geral, há poucos historiadores no Brasil que se propõem a pesquisar os temas relacionados ao trabalho ferroviário? E, ademais, quais seriam os instrumentos, os meios, as fontes documentais existentes e necessárias para se levar a cabo uma pesquisa histórica dessa natureza? Essas são questões que nos levaram a abordar o tema aqui proposto: a greve dos ferroviários da Estrada de Ferro Noroeste, ocorrida no ano de 1914. Nossa intenção não é responder todas as indagações anteriormente mencionadas, mas, sobretudo, consiste na tentativa de nos aproximar do sentido histórico das reivindicações desses ferroviários da Noroeste. Assim, pretende-se compreender as motivações da greve de 1914 através, principalmente, da reflexão acerca dos depoimentos de alguns dos principais protagonistas desse movimento grevista. Esses depoimentos estão reunidos em uma fonte documental ainda inexplorada: os inquéritos policiais, que, neste caso, são da delegacia do município de Bauru e datam de maio de 1914.
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A PRESENÇA DE TUPINISMOS NA LÍNGUA FALADA NA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL - Daniela de Souza Silva COSTA - Aparecida Negri ISQUERDO


Este artigo discute resultados de pesquisa sobre a influência do substrato tupi na modalidade oral da variante brasileira do português a partir de dados geolinguísticos coletados pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil – Projeto ALiB – na região Centro-Oeste brasileira. O estudo considerou também os contatos interétnicos ocorridos no Brasil especialmente no período colonial brasileiro (séculos XVI a XVIII), além da história social das localidades pesquisadas.
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A ocupação do território guarani na região transfronteiriça Brasil e Paraguay - a entrada de nossos contrarios - BRAND, Antônio e outros

Os Guarani ocupam, desde a chegada dos primeiros colonizadores, no século XVI, um amplo território nas terras baixas da América do Sul, que ia desde o litoral de Santa Catarina, ao longo do Rio Paraguai, Paraná, entre outros, chegando até as franjas da cordilheira dos Andes. A partir de 1750, em especial após a constituição dos Estados Nacionais, os Guarani confrontam-se com a crescente penetração de novas frentes de ocupação de seu território, alterando, profundamente, as suas condições de vida e a relação com o território e com esses outros – “os nossos contrários” – que nele adentram em períodos mais recentes. O trabalho está centrado na região transfronteiriça Brasil e Paraguai e destaca as conseqüências dessa ocupação para o cotidiano dos Guarani, em especial Ava e Paĩ/Kaiowá.
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http://www.4shared.com/office/VMW-4jL-/A_ocupao_do_territrio_guarani_.html

A mão-de-obra paraguaia no fluxo do Rio Paraná: uma breve leitura -Leandro Baller


Este artigo propõe uma análise bibliográfica referente utilização da mão de obra paraguaia utilizada durante um período aproximado de meio século, desde os fins do século XIX até meados do século XX, especialmente na exploração da erva-mate e na extração de madeira no antigo sul de Mato Grosso[ii] atual Mato Grosso do Sul e também no oeste do Paraná.
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A INTEGRAÇÃO PRODUTIVA DO CONE SUL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL AO TERRITÓRIO NACIONAL - Walter Guedes da Silva - Marina Evaristo Wenceslau

Ao discutir o processo de integração do Sul do Mato Grosso do Sul ao território nacional, foi possível entender que tal integração foi parcial, seletiva e excludente, uma vez que nem todos os municípios e produtores dessa Região mudaram seu eixo de acumulação para os produtos que se apresentaram como nova oportunidade de acumulação, como é o caso da soja, do milho e do trigo. Na busca de melhor precisar nosso estudo, delimitamos a região de Dourados, localizada no Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, composto por 13 municípios, para que pudéssemos atender ao nosso objetivo, que consiste em analisar o processo de integração produtiva dos municípios dessa Região com o território nacional. Enquanto procedimento metodológico realizou um levantamento bibliográfico e documental das políticas de desenvolvimento regional, fundamentado em análises de textos (principalmente a produção bibliográfica regional) e dados estatísticos, que serviram de base para o desenvolvimento de nossa pesquisa. Enquanto fundamentação teórica, recorremos às abordagens geográficas que discutem os avanços das relações capitalistas de produção sobre o campo, que subordinam o capital agrícola ao capital agroindustrial, contribuindo para o estabelecimento de novas relações sociais pela capitalização das unidades produtivas, gerando tanto a integração produtiva como a exclusão de produtores.
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A ICONOGRAFIA DA GUERRA DO PARAGUAI E O PERIÓDICO SEMANA ILLUSTRADA - 1865 - 1870 - Marcus Tulio Borowiski Lavarda


A chamada Guerra do Paraguai ou a Guerra da Tríplice Aliança, que se estendeu entre os anos de 1864-70, marcou profundamente os países nela envolvidos e transformou o cenário geopolítico da região platina. Nesse período, um amplo material iconográfico foi produzido sobre o confronto, tais como a pintura, ilustração, fotografia e a imprensa, que tiveram papel primordial na representação dos personagens e cenários da guerra. A opinião da imprensa ilustrada variava conforme os resultados obtidos nos campos de batalhas e, também, conforme a reação da sociedade ante ao evento bélico, que atingia a todos. Então, neste trabalho, priorizam-se a leitura e interpretação das imagens da Guerra contra o Paraguai, enfatizando-se a produção, publicação e recepção para o público oitocentista. Imagens, monumentais, que contribuíram para formar a memória do maior confronto bélico jamais visto na América do Sul.
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A GUERRA DA TRÍPLICE ALIANÇA ATRAVÉS DA MEMÓRIA DE SEUS ATORES: O PROJETO HISTORIOGRÁFICO DE ESTANISLAO ZEBALLOS - Liliana M. Brezzo

Neste artigo, o autor analisa o projeto historiográfico do argentino Estanislao Zeballos (1854-1923) sobre a Guerra da Tríplice Aliança e convida a uma reflexão teórica e metodológica em torno dos desafios propostos por este enfoque e os depoimentos utilizados para tal História.
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http://www.4shared.com/office/_obMcEpb/A_GUERRA_DA_TRPLICE_ALIANA_ATR.html

RUÍNAS DE XEREZ: MARCO HISTÓRICO DO COLAPSO DO PROJETO COLONIAL CASTELHANO EM MATO GROSSO - SANDRA NARA DA SILVA NOVAIS

Nesta dissertação é analisado o projeto castelhano de colonização, no interior do continente sul-americano, da área banhada pelo alto curso do rio Paraguai, enfocando-se, sobretudo, a região centro-sul do Pantanal que, nessa época, integrando o extenso Paraguai Colonial, denominava-se Campos de Xerez. - A Colonia de Xerez estava localizada próxima de onde hoje é a cidade de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul.
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http://www.4shared.com/office/kySQY9a9/RUNAS_DE_XEREZ_-_PROJETO_COLON.html