terça-feira, 2 de outubro de 2012

Caminhos e Fronteiras - vias de transporte no extremo oeste do Brasil - Paulo Roberto Cimó Queiroz


Definições usuais, contidas em compêndios clássicos sobre política de transportes, costumam associar os caminhos, em primeiro lugar, à produção e ao consumo, considerados “as bases fundamentais e essenciais da vida econômica” de uma sociedade (Gordilho, 1956, p. 17). Nessa perspectiva, enfatiza-se que, à medida que uma sociedade se torna mais complexa, tende a ocorrer uma separação espacial entre os centros de produção e os de consumo, de modo que as vias e meios de transporte passam a desempenhar “um papel de natureza vital na economia”, constituindo “os meios indispensáveis à circulação da riqueza” (Fonseca, 1955, p. 16).
Tudo isso é verdadeiro, por certo. Contudo, há que se evitar a tendência, até certo ponto implícita em tais definições, a se considerar as vias e meios de transporte de um ponto de vista puramente “técnico”, isto é, como “elementos que estabelecem ligações entre distintos espaços” – como se a necessidade das ligações fosse algo dado quase “naturalmente”. De fato, em se tratando de sociedades humanas, as necessidades, bem como os meios destinados a satisfazê-las, são sempre sociais, isto é, são mediadas e definidas pelos variados interesses, em geral divergentes, presentes em uma determinada sociedade, de tal modo que a dimensão técnica dos meios é apenas uma entre várias outras.
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